quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Faltavam 3 dias...

Logo que retornamos para casa, isso já sendo umas 2 horas da madrugada, e meus irmãos em casa desesperados por não saber onde estávamos, e de repente chegamos, eu mais que um furacão entrei com tudo para dentro de casa e me tranquei no quarto, pois lá fora prestes a entrar estava a fera chamada PAI, e junto dele tinha a minha mãe, mas dentro dele uma raiva imensa de tudo que havia descoberto naquela malfadada noite do dia 14 de abril de 1997, como eu lembro?Essas datas a gente nunca esquece, e eu jamais esqueceria essa, meu pai entrou em casa como um búfalo, dando murros na porta do meu quarto, brigando e dizendo coisas que até Deus duvidaria que ele queria que acontecesse, mas ele disse cada palavra do fundo da sua dor.
Dali até sábado passei os piores dias da minha vida, na manhã seguinte, levantei tomei café e sai para a escola, tinha que ir para não ficar em casa, para não pensar, para não sentir tudo que eu iria sentir, aguentar tudo que eles iriam dizer.
Juro que foi a primeira vez que eu queria que a aula não acabasse, que eu pudesse passar o dia inteiro na escola, como nos meus tempos de menina, mas infelizmente isso não aconteceu, o sinal da escola bateu trazendo com sigo todo o meu temor por ter que ir para casa, lembro-me que nesta época, tinha amizade com uma garota muito querida chamada Tiffany, e enquanto eu consegui esconder de todos o que estava acontecendo, parece que ela conseguia enxergar o fundo da minha alma, e eu envergonhada só consegui lhe dizer que havia brigado com o meu pai por conta do namorado, e ela tão querida e solicita, disse para que eu entregasse nas mãos de Deus que tudo daria certo, aquele conselho acalentou por um momento o meu coração.
Cada momento que eu ia me aproximando da casa de meus pais, meu coração pulava na garganta, lembro que quando entrei, eles estavam todos na mesa almoçando, e como de costume sempre meu prato estava lá, mas naquele dia ele não estava, eles já haviam me excluído da família, meu irmão do meio sempre muito ligado a minha mãe, me fez vários insultos, os quais eu nem sequer poderia ousar retrucar, pois ali diante de todos eles eu estava errada, eu era um pessímo exemplo.
Meu irmão mais velho me olhava nos olhos descredulo de tudo que havia ficado sabendo pela minha mãe, e não podia se aproximar, afinal ela já os tinha proibido de falarem comigo, insultos podiam, palavras de conforto ou carinho não.
E isso seguiu nos 3 dias decorrentes, até chegar o sábado, mas eu ainda tinha uma ultima surpresa a receber, a mãe dele me ligou durante a semana pedindo para que eu estivesse lá antes do horário estipulado pelos meus pais.
O que eu teria a perder de ir falar com ela antes?Aceitei dizendo que estaria, afinal de contas minha família me tratava cada dia pior, como se eu fosse a primeira a ficar grávida do namorado.
Foram os piores dias, os piores insultos, as piores formas de tratar alguém que você chama de filha, eles não dirigiam-me a palavra, se eu entrasse na sala ou em qualquer outro cômodo da casa, em que eles tivessem, imediatamente todos se retiravam, passei esses 3 dias no meu quarto, chorando e pedindo a Deus que olhasse por mim, acreditando no sábio conselho da minha amiga Tiffany.
Minha mãe na época, fez questão de proibir as minhas primas de irem em casa, de falarem comigo, de se quer me olharem, eu era a ovelha negra a ser sacrificada pelo bem dos valores morais e bons costumes da família.

Para casa do Danny...

Sabe imediatamente que disse o nome do Danny, parece que num piscar de olhos estávamos lá em frente a casa dele, e eu aflita tremendo mais que vara verde num dia de ventania.
Meu pai dirigiu tão rápido naquela noite que parece que foi como mágica que chegamos a casa dele, claro que até ai o máximo que eu havia conseguido dizer e que havia transado com o meu namorado, mas só isso para o meu pai já bastou, e para a minha mãe então nem se fala.
Chegando a casa do Danny meu pai já foi falando em reparação e tal, como se ele mesmo não soubesse que entre a época em que ele e minha mãe namoravam, noivaram e se casaram, e o atual ano (1997), muita coisa havia mudado, principalmente no quesito reparação de virgindade.
Mas entendo o lado do meu pai, alias de todos os Pais, que tendo uma filha, não querem nunca ver sua amada princesinha caindo na garra dos aproveitadores de plantão, e para o meu pai eu era a princesinha que tinha caido nas garras de um desses tipos.
Depois de uma imensa discussão sobre casar, o que eu não queria de jeito nenhum, a dita reparação, como pai gosta dessa palavra nessas horas né,
Quando o Danny esgotado de tentar falar gritou, isso mesmo ele gritou com o meu pai assim:"-Não estou preocupado com a virgindade dela e sim com a minha FILHA que está ali dentro!"
Isso foi em alto e bom tom, o que fez meu pai emudecer na hora, e minha mãe aproveitar o momento e destilar seu veneno para o meu lado, mas sabe também entendo o lado dela, pois imagine você ser o mundo para o seu marido e de repente sem aviso prévio ele simplesmente transfere todo o amor para aquela coisinha pequenina chamada de filha.
Mas voltando ao assunto, meu pai entrou em estado de choque, eu chorava mais do que já tinha chorado desde o dia da confirmação, pois eu sabia o que me esperava e aquele dia que eu rezava para nunca chegar, chegou e agora a minha vida iria vira de ponta cabeça, meu pai marcou uma conversa para o sábado, estávamos numa terça-feira, ainda teríamos mais 3 dias pela frente, para mim os 3 piores dias da minha vida, o inicio de tudo que estaria para acontecer...